quarta-feira, 28 de março de 2007

Opnião de Guerra entre Israel e Palestinos


O conflito entre israelenses e palestinos - um pesadelo sem fim?*


A interminável seqüência de ataques suicidas palestinos, seguidos de retaliações pesadas das forças armadas israelenses confere ao conflito dimensões que ultrapassam a disputa pelo território da antiga “terra prometida”. O número de vítimas inocentes e as perdas causadas pela ocupação recorrente das cidades palestinas acirram ainda mais os ânimos belicosos que fortalecem os grupos extremistas dos dois lados e, assim, afastam cada vez mais as perspectivas de um acordo justo e negociado.

Pelos meandros tortuosos da mente e do comportamento dos principais atores envolvidos no conflito, a situação se deteriorou a tal ponto que está para exigir um esforço concertado da comunidade internacional no sentido de colocar um paradeiro à matança e obrigar os dois lados a sentar, novamente, à mesa de negociações para dialogar até a superação dos impasses atuais.

Observadores e analistas do conflito se confundem no cipoal das argumentações e justificações dos respectivos porta-vozes. Os palestinos justificam os ataques suicidas como respostas necessárias aos assassinatos seletivos de lideranças do Hamas e Jihad Islâmico pelo exército de Israel. Cada ataque provoca retaliações inviabilizando as frágeis tentativas de entendimento dos representantes dos governos.

Como acontece quando os sentimentos de ódio e de vingança conseguem calar a voz da razão, particularmente na cultura do Oriente Médio onde a injunção “olho por olho, dente por dente” ainda é profundamente arraigada, cada novo incidente parece afastar ainda mais as chances de um acordo. Os dois contendedores perdem de vista os fins, ou seja, o convívio pacífico de dois estados, com fronteiras seguras e garantidas pela Organização das Nações Unidas. Isto pressupõe a criação de um estado palestino ao lado do estado de Israel, plenamente reconhecido pelos palestinos e outros países árabes, como único caminho para restabelecer a paz e a segurança na região, para que suas populações sofridas possam finalmente trabalhar, produzir e (re)construir um convívio humano de cooperação, respeito mútuo e de solidariedade.

Indubitavelmente, a imensa maioria dos dois povos condena a violência e aspira viver em paz, uma mensagem que finalmente parece ter chegado ao primeiro ministro palestino, Ahmed Koreij e ao israelense, Ariel Sharon, neste início de novembro de 2003, quando até o chefe do estado maior das forças armadas de Israel, Moshe Yaalon, exigiu de público uma atitude mais positiva do governo quanto aos possíveis entendimentos com a liderança palestina. Como ponto de partida, conviria admitir que nenhum dos dois lados consegue um controle total sobre seus respectivos extremistas e, portanto, uma vez iniciadas as negociações, estas deveriam prosseguir mesmo com incidentes e reações por parte de extremistas no sentido de criar obstáculos ao processo de paz.

Para uma melhor compreensão da dinâmica do conflito e de suas origens não basta analisar e discutir os argumentos míopes e cartesianos apresentados por certas lideranças políticas e a mídia dos dois lados.

A oposição dos palestinos ao estabelecimento de colônias agrícolas coletivistas na Terra Santa data desde o início do século XX e prosseguiu esporadicamente, acompanhada de lutas armadas, nas décadas de vinte e trinta, até a criação do estado de Israel, em 1948, pela resolução das Nações Unidas. Foi proposta a partilha do território de 27.000 quilômetros quadrados, até então sob mandato britânico, em dois estados. A rejeição da proposta pelos estados árabes vizinhos e a invasão do país pelas tropas do Egito, Síria, Iraque, Jordânia levou à primeira guerra contra o estado judeu que terminou com um armistício em 1949, mas sem um tratado de paz. A seqüência de enfrentamentos militares em 1956, 1967 e 1973, entremeados por várias Intifadas e a invasão do Líbano, em 1982 ceifou inúmeras vítimas dos dois lados.

Importa ressaltar o papel dúbio e as políticas contraditórias dos países árabes na luta dos palestinos. Instigando a liderança palestina a recusar qualquer acordo através de negociações, forneceram armas em profusão, sem contudo estimular e financiar o desenvolvimento do território ocupado pela população palestina, na margem ocidental do rio Jordão. Pior ainda, em setembro de 1970, as tropas jordanianas massacraram 20.000 palestinos e, em 1982, provavelmente com a conivência das tropas israelenses, as milícias libanesas cometeram o massacre de Sabra e Chatila, nos subúrbios de Beirute. Nem os acordos e conseqüentes tratados de paz com o Egito de Anwar Sadat e o reino Hashemita de Hussein foram suficientes para influenciar os outros países, mais belicosos e radicais, a tentar uma aproximação com o estado de Israel.

Sucessivas tentativas de trazer os dois litigantes à mesa de negociações – Camp David, Oslo, Wye Plantation – sob o patrocínio dos Estados Unidos, fracassaram, dando início a um novo ciclo de violências. Quando todas as aparências indicaram que um acordo estava ao alcance nas negociações entre Ehud Barak e Yasser Arafat, este endureceu sua posição e rejeitou a proposta israelense que, segundo os observadores internacionais, teria sido um ponto de partida favorável para o encerramento das hostilidades e os primeiros passos para uma longa trajetória de negociações e ajustes. A intransigência dos palestinos, além de causar a demissão de Barak, levou a maioria da opinião pública israelense a apoiar Ariel Sharon e suas políticas agressivas, inclusive a expansão dos assentamentos de colonos judeus nos territórios do futuro estado palestino.

Como interpretar essa política radical e contraditória dos países árabes e islâmicos em relação ao conflito palestino–israelense? Tratam-se de sociedades semifeudais e autocráticas que reprimem quaisquer movimentos populares que busquem a emancipação e a construção de democracias regidas pela Carta das Nações Unidas sobre os Direitos Humanos. Com exceção do Líbano, são sociedades dominadas por governantes que exercem o poder de forma absolutista, sem as garantias mínimas de liberdade de opinião, de organização sindical ou política e dos direitos de mulheres e de minorias. Para esses governantes, o movimento de libertação da Palestina é vislumbrado como uma ameaça aos seus regimes autoritários, porque um estado democrático e secularizado na Palestina constituiria o fermento para a conscientização e a resistência à opressão política, mal disfarçada pela doutrina religiosa da Sharia – a lei do Corão. Desgraçadamente, as sucessivas lideranças israelenses ignoraram esse aspecto da luta pela libertação nacional, ainda que tardia, dos palestinos e procuraram acordos com os reis e sultões absolutistas, dos Marrocos, da Jordânia e dos emirados do Golfo Pérsico.

É mais uma ironia da História que os judeus, que só tardiamente conseguiram seu estado nacional, tentem resistir às aspirações legítimas dos palestinos de construir seu estado. No mar de absolutismo e de intolerância do Oriente Médio e da maioria dos países islâmicos, um futuro estado palestino, democrático e secularizado, será um fator de efervescência e de estimulo a transformações sociais e culturais inevitáveis em nossa era de globalização.

Para o avanço das negociações, a participação ativa da sociedade civil dos dois lados é absolutamente indispensável, para conter os extremistas e pressionar os governantes de manter abertos os canais de negociação.

A presença de mais de 100.000 israelenses na comemoração do aniversário da morte de Rabin, assassinado por um fanático religioso, é eloqüente a respeito do desejo da população israelense por paz e segurança. Também, o manifesto de mais de 300 acadêmicos e intelectuais, lançado em outubro p.p., conclamou o governo Sharon a adotar medidas mais positivas, em vez de protelar a adoção do road map, reivindicação essa reforçada pelo pronunciamento do chefe do estado maior do exército de Israel, o general Yaalon. Seria de fundamental importância que houvesse manifestações semelhantes do lado palestino, onde as manifestações a favor da paz e de negociações ficaram restritas, até agora, a poucos pronunciamentos de intelectuais, como o recém falecido Edward Said.

Aos pessimistas devemos apontar os exemplos da História contemporânea de pacificações após anos de conflitos sangrentos, tais como a da Irlanda do Norte, do Sri Lanka e, sobretudo, do conflito secular entre França e Alemanha que, depois de três guerras (1870-71, 1914–18 e 1939–45) responsáveis por milhões de vítimas, chegou a uma solução pacífica resultando na criação da União Européia.

O mundo caminha, apesar de resistências e obstáculos, em direção a uma integração cada vez mais estreita de povos, em que o estado nacional, as fronteiras geográficas e as mentalidades xenófobas perdem gradualmente peso e importância. Apesar do desenvolvimento cultural e político assincrônico das nações, particularmente do Terceiro Mundo, não pode haver dúvida quanto à necessidade inadiável de cooperação em todas as esferas de vida social para assegurar a sobrevivência da humanidade.

A criação de um estado palestino, democrático e secularizado, tenderá a acelerar as transformações culturais e políticas no Oriente Médio, atuando ao mesmo tempo como freio ao consumo de desperdício e a corrida armamentista irracional, que consomem a maior parte dos lucros auferidos com a extração e venda de petróleo. A violência das armas pode resultar em ganhos transitórios, mas o ódio e o desejo de vingança pelos mortos e destruições perduram por gerações.

O exemplo das sociedades ocidentais é rico em ensinamentos a respeito da evolução lenta, mas irresistível, da História. Trezentos anos atrás, a Europa apresentou um quadro de guerras intermináveis entre reis e príncipes feudais cujas riquezas e poderio estavam baseados na exploração impiedosa de seus servos e, em alguns casos (os países ibéricos, a Holanda, França, Inglaterra), na espoliação e extermínio em massa das populações indígenas na América Latina, na Ásia e na África, cujos habitantes foram caçados, algemados e transportados para servirem de escravos nas colônias. Ironia da História, as riquezas produzidas pela mão de obra escrava permitiram à burguesia comercial em ascensão a reivindicar e conquistar do estado absolutista os direitos civis, a liberdade e a igualdade perante a Lei.

Visto sob esta perspectiva, o conflito entre palestinos e israelenses deve ser reconduzido à mesa de negociações. A superioridade de armas pode vencer batalhas, mas não garante o desfecho de uma guerra cujo objetivo só pode ser a paz e o convívio pacífico de todos num mundo em que a diversidade cultural e a estrita observância dos direitos humanos prevalecerão como princípios máximos a regerem as relações entre países e povos. Para isto, deve-se cessar a demonização mútua e mostrar disposição de negociar sem estabelecer condições prévias do tipo sine qua non.

Na mesa das negociações, serão devidamente equacionados e encaminhados os problemas que atualmente impedem um princípio de acordo entre os litigantes. A criação de um estado palestino mediante delimitação das fronteiras sob a supervisão das Nações Unidas, será acompanhada de um explícito reconhecimento do estado de Israel pelos palestinos e por todos os países árabes. Na discussão do problema dos refugiados palestinos e seu direito ao “retorno”, além de considerar o caso de centenas de milhares de judeus expulsos dos países árabes após 1948, deverá ser explicitado que esse retorno se refere ao futuro estado da Palestina e não ao estado de Israel.

Os assentamentos de colonos israelenses nos territórios da Cisjordânia e da faixa de Gaza terão de ser desativados, compensando-se os colonos pelos investimentos realizados e oferecendo-lhes oportunidades de novos assentamentos nos territórios de Israel.

Finalmente, quanto ao status de Jerusalém, reivindicada como capital pelos palestinos e por Israel. Sua soberania será dividida e compartilhada, como de fato já ocorre em função de fatores demográficos e religiosos, resguardados os direitos de outras denominações religiosas de acesso aos seus lugares sagrados. Esta seria uma solução aceitável para os dois lados, representando um primeiro passo de transição para os dias anunciados na profecia de Isaias: ”... é será nos últimos dias, quando os povos não mais guerrearão e transformarão suas espadas em arados...”, refletindo, também, a visão espiritual expressa nas rezas dos judeus – “... pois minha casa será o templo de orações para todos os povos...”.

* Texto elaborado com base em apontamentos para a participação do autor no programa Roda Viva da TV Cultura, gravado em 4/11 e levado ao ar em 17/11. Outros textos do autor: www.abdl.org.br/rattner/inicio.htm

Negócios História

Lembram-se da Uzi? Foi aposentada
Por: Ariel Finguerman, de Hertzlia

Discretamente, porque é assim que funciona esse negócio, Israel transformou-se em 2003 em um dos maiores exportadores mundiais de armamentos. Segundo a revista norte-americana Defense News, o Estado judeu é hoje o terceiro maior comerciante mundial de armas – atrás apenas dos Estados Unidos e Rússia. Esta marca impressionante é resultado de vendas milionárias recentes a dois países até há pouco tempo hostis ao

Estado judeu:

Turquia e Índia

Existem hoje cerca de duzentas empresas de armas em Israel, mas apenas cinco controlam 90% das vendas para o mercado exterior. Visitei recentemente uma das maiores indústrias de armas do país, a IMI (Israel Military Industries), uma gigantesca estatal com fábricas espalhadas por todo o país e quatro mil funcionários. Talvez o leitor não conheça a IMI, mas certamente já ouviu falar de alguns de seus produtos, como a submetralhadora Uzi ou o míssil Arrow.

A visita foi ao superprotegido complexo da IMI próximo de Hertzlia, a vinte minutos de Tel Aviv. Aqui nenhum jornalista está autorizado a tirar fotos e o visitante nunca fica sozinho. Há sempre um funcionário por perto, ao mesmo tempo prestativo e vigilante. Como este conjunto está localizado numa área bem povoada de Israel, casas e edifícios civis rodeiam toda a planta, mas cercas elétricas e arames farpados marcam bem a divisão.

Durante nosso trajeto pela imensa fábrica, vi tanques turcos M-60 que Israel repotencializa e cujo desempenho é melhorado ao custo total de US$ 700 milhões. Este contrato, que causou inveja aos concorrentes americanos e europeus, foi o responsável por colocar Israel no topo dos países comerciantes de armas, além de consolidar ainda mais a estratégica aliança militar com a Turquia. Os tanques turcos ficam num imenso galpão, por onde passamos de carro. Perto dali, em um escritório onde trabalham funcionários turcos e israelenses, tremulam as bandeiras de Israel e da Turquia.

O diretor do setor de desenvolvimento de armas leves da IMI, Zalman Shebs, esperava a reportagem da revista Hebraica em sua sala de visitas decorada com dezenas de pistolas, fuzis e metralhadoras. O departamento é responsável, entre outras coisas, pela criação da famosa submetralhadora Uzi. Ele mostra uma foto do atentado contra o presidente Ronald Reagan em 1981 e aponta, orgulhoso, um dos guarda-costas armado com uma Uzi.

A famosa submetralhadora se tornou sinônimo do êxito israelense no setor de armas, mas hoje representa pouco para o orçamento da IMI. "A Uzi continua sendo um produto confiável, mas sua venda é pequena. Até paramos de fabricar sua versão standard", diz Shebs. Em compensação, com o passar dos anos se formou uma verdadeira "família" de Uzi’s, com diferentes versões e tamanhos para as mais variadas situações. A versão mais requisitada é a micro-Uzi, usada por guarda-costas e policiais de unidades especiais.

Se no passado os fabricantes da Uzi se preocupavam em mirar contra terroristas e criminosos, na atual economia globalizada os inimigos são outros. "Hoje existem várias imitações ilegais da Uzi circulando pelo mundo e é difícil acabar com elas", diz Schebs. Quando pergunto como a submetralhadora israelense chega às favelas brasileiras, onde costuma ser a "queridinha" dos traficantes de drogas, Shebs responde que algumas delas devem ser versões piratas. Outras, acredita, devem ter sido contrabandeadas ou roubadas. Ele ressalta que a IMI não tem o total controle da produção da Uzi pois muitas são fabricadas sob licença na Bélgica e Croácia e, portanto, a fábrica israelense só pode se responsabilizar pelas armas que saem das dependências de Hertzlia. "Além do mais, todas as nossas vendas são controladas pelo governo", diz.


Tavor, o rifle

Atualmente, Shebs tem pouco tempo a perder com a Uzi e suas preocupações estão voltadas para o novíssimo rifle de assalto Tavor, projetado pela IMI para competir em um dos mercados mais importantes da indústria de armamentos. O nome homenageia o Monte Tavor, da Galileia, onde segundo a Bíblia as forças lideradas pelo comandante israelita Barak e pela profetisa Débora derrotaram o inimigo canaanita liderado pelo comandante Sisera, no tempo dos Juízes (shoftim).

Em novembro passado, o exército norte-americano anunciou que o seu rifle de assalto M-16, usado por todo soldado de infantaria dos EUA – e de Israel também – está com os dias contados. Popular desde a Guerra do Vietnã, o M-16 revelou toda sua ineficiência na Guerra do Iraque. Centenas de soldados reclamaram que o rifle "engasgou" com a areia do deserto, falhando quando mais precisavam dele. O M-16 também demostrou ser grande demais, um verdadeiro trambolho, para os pequenos e ágeis veículos blindados – o meio mais usado nos últimos meses para o transporte de tropas no Iraque.

A notícia da aposentadoria do M-16 agitou a indústria de armamentos, incluindo, é claro, a israelense. A IMI tem planos grandiosos para o Tavor. "Existem boas chances de fornecer para o exército norte-americano e para a Otan, mas será um longo processo", diz Shebs. Por enquanto, alguns milhares do Tavor já foram vendidos para os exércitos da Índia e de Israel. Engana-se quem pensa que o exército israelense comprou o Tavor só porque foi produzido no país. "Eles são rígidos na escolha e bastante profissionais. Ele nos dão preferência, mas se constatarem que o rifle de um país concorrente é melhor, comprarão do exterior. E eles estão certos ao fazer isto", diz Shebs.

Ao empunhá-lo, senti que o Tavor é uma arma leve (2,8 quilos contra 3,4 quilos do M-16). O fabricante o apresenta como "o menor e mais leve rifle de assalto do mundo" e suas características tecnológicas são de última geração. O soldado não precisa mais fechar um olho para usar a mira. Se preferir, nem precisa usar a mira: basta acionar um feixe de laser para localizar o alvo e atirar mesmo com a arma na altura da cintura.

Esta tecnologia foi totalmente desenvolvida em Israel a partir da experiência acumulada desde a Guerra do Líbano. Diz Shebs: "A maior parte dos combates mundiais não acontecem mais em campos abertos com tanques. As batalhas hoje são urbanas, sejam no Afeganistão, no Iraque ou nos territórios palestinos. Há muitos anos enfrentamos o que os EUA encaram somente agora. Desenvolvemos o Tavor para o soldado que precisa lutar até dentro de um quarto e que necessita reagir rapidamente."

A próxima "batalha" da IMI já tem até local marcado: Lisboa. O exército português acaba de abrir concorrência internacional para comprar cerca de 45 mil rifles de assalto, negócio avaliado em US$ 45 milhões. Entre os concorrentes, a Tavor "lutará" contra o M-4, a nova versão norte-americana do M-16. Se vencer esta verdadeira guerra, a indústria militar israelense se estabelecerá ainda com maior força entre os gigantes do mercado de armas.

Israel foi hábil em transformar em negócio lucrativo sua necessidade permanente de estar sempre atualizado com os mais novos armamentos. O sucesso do país no mercado de armamentos poderia ser motivo para comemoração, mas não entusiasma o criador da Tavor. "Mesmo com todo este sucesso, ainda gostaria que Israel não tivesse de se envolver com armas. Preferia ver o país campeão, por exemplo, em computadores", diz Shebs.

OS NÚMEROS DA INDÚSTRIA MILITAR ISRAELENSE

Israel é o 3º maior exportador de armamentos do mundo. Em 2002, o país vendeu armas no valor de US$ 4,1 bilhões, num total de

US$ 30 bilhões de exportações.

Isto é, mais de 10%

Um ano antes, a exportação de armas era de apenas US$ 2,6 bilhões.

Os Estados Unidos são os maiores exportadores de armas do mundo, com US$ 13,2 bilhões de vendas, seguidos da Rússia, com US$ 4,4 bilhões. Faltam, portanto, pouco mais de US$ 300 milhões para Israel suplantar a Rússia

A Índia é o maior cliente dos fabricantes de aviões israelenses. É para lá que vão 50% das exportações

A UZI, em letra e música

É verdade que a submetralhadora Uzi, deixou de ser fabricada em sua versão standard, mas ela já faz parte do imaginário popular ao redor do mundo. Como a menção explícita a ela em letras de músicas brasileiras e norte-americana.

"A novidade cultural da garotada favelada, suburbana, classe média marginal é informática metralha sub-Uzi equipadinha com cartucho musical de batucada digital"
("Rio 40 Graus", de Fernanda Abreu)


"Menos de 5% dos caras do local são dedicados a alguma atividade marginal e impressionam quando aparecem nos jornais tapando a cara com trapos com uma Uzi na mão parecendo árabes do caos"
("Hey Joe", de O Rappa)


"Então quem está trazendo as armas para dentro deste país? Eu não conseguiria passar com uma pistola de brinquedo pela alfândega de Londres E na semana passada eu vi um filme de Schwarzenegger No qual ele atira contra todo tipo de cara com uma Uzi Eu vejo três moleques, sentados na primeira fileira, Gritando: ‘É isso aí!’"
("Who Knew", de Eminem)



* Matéria Extraída da Revista "A HEBRAICA"

EUA impedem que Israel venda tecnologia bélica para a Venezuela

Defesanet 23 Outubro 2005
Reuters - AFP 20 / 21 Outubro 2005
EUA impedem que Israel venda tecnologia
bélica para a Venezuela

JERUSALÉM (Reuters) - 20 Outubro - Os Estados Unidos impediram a venda de tecnologia israelense para que a Venezuela modernizasse seus caças, disse a TV de Israel na quinta-feira.

Essa é a última de uma série de medidas semelhantes adotadas pelo governo norte-americano em relação ao Estado judaico.

O Ministério de Defesa israelense não se manifestou sobre o assunto.

O equipamento deveria ser instalado em vários caças F-16, de fabricação norte-americana usados também na Venezuela. O atual presidente do país sul-americano, Hugo Chávez, é um aliado do governo cubano e crítico contumaz do presidente dos EUA, George W. Bush.

A reportagem da TV israelense não citou o valor da venda e nem qual equipamento estaria envolvido no negócio.

Israel e os EUA, que dão anualmente ao Estado judaico 2 bilhões de dólares em ajuda militar, fizeram um acordo em agosto para colocar fim aos desentendimentos em torno da exportação de aviões-robô para a China. Não foram divulgados detalhes sobre o acordo.

Washington também está considerando bloquear a transferência de tecnologia norte-americana usada em aeronaves que a Espanha pretende vender à Venezuela, disse o jornal ABC da Espanha no sábado.


EUA obrigam Israel a congelar contrato de venda de armas com a Venezuela


France Presse, em Jerusalém - 21 Outubro -Os Estados Unidos obrigaram Israel a congelar um contrato com a Venezuela para modernizar os aviões de combate F-16 do país sul-americano, informaram fontes do Ministério israelense da Defesa nesta sexta-feira.

Segundo a rádio pública israelense, o governo de Israel cedeu às pressões dos Estados Unidos "para não irritar" o governo americano mais uma vez, depois da questão da venda de armas para a China.

O ministério confirmou em um comunicado que "conforme os acordos entre os dois países sobre armas de fabricação americana, Israel teve que pedir a autorização do governo dos Estados Unidos para o contrato".

"Há contatos em curso entre os dois países", afirma o comunicado, sem apresentar mais detalhes. Porém, outras fontes confirmaram a oposição dos EUA ao contrato, o que pode provocar sua anulação.

Autoridades da indústria militar israelense, citadas pela imprensa, não esconderam o descontentamento com as pressões americanas e deram a entender que os EUA impõem obstáculos a contratos de armas israelenses para afastar a concorrência, alegando como pretexto motivos políticos.

No entanto, autoridades políticas negaram qualquer crise com o governo americano sobre este assunto, destacando que Israel havia tomado a iniciativa de solicitar a aprovação dos Estados Unidos.

O ministro israelense da Defesa, Shaul Mofaz, deve visitar os Estados Unidos em meados de novembro próximo.

A suspensão momentânea do contrato de renovação de 22 aviões de combate por um valor de US$ 100 milhões pode provocar o rompimento do acordo, pois o governo da Venezuela diz não estar "disposto a esperar" a autorização americana.
EUA se negam a comentar sobre contrato congelado entre Israel e Venezuela

EUA se negam a comentar sobre contrato
congelado entre Israel e Venezuela

WASHINGTON, 21 Out (AFP) - O Departamento de Estado se negou nesta sexta-feira a fazer comentários sobre a decisão de Israel de congelar um importante contrato com a Venezuela para modernizar os aviões de combate F16, aparentemente sob pressão dos Estados Unidos.

"Obviamente, temos um diálogo contínuo com nossos amigos de Israel em torno de acordos sobre armas ou transferência de armas, mas não tenho nada a dizer a respeito", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Adam Ereli, ao ser perguntado sobre o congelamento do contrato entre Israel e Venezuela.

Segundo fontes do Ministério de Defesa israelense, Washington obrigou Israel a congelar um importante contrato com a Venezuela para modernizar os aviões de combate F16, de fabricação americana.

A suspensão momentânea do contrato de renovação de 22 aviões de combate no valor de 100 millones de dólares ameaça provocar uma anulação, pois Caracas não está disposta a esperar a autorização americana, segundo as fontes.

A Morte dos Ditadores


A última foto: curvado e abatido, Hitler, à beira da morte, inspeciona danos na chancelaria


No crepúsculo da batalha na Europa, a morte chega para os bandidos alemães e italianos - Tedescos unem-se na covardia, cometendo suicídio - Mussolini é assassinado por guerrilheiros e tem seu cadáver exposto em praça pública



Como Eva Braun estivesse sem apetite, Adolf Hitler almoçou apenas com seus dois secretários e o cozinheiro. Às 15h30, ao final da refeição, o líder do Reich levantou-se da cadeira e retirou-se para o quarto ao lado da ex-amante - com quem, 36 horas antes, finalmente se unira em matrimônio. No caminho para a câmara privativa, Josef Goebbels e alguns poucos fiéis, prostrados, observavam. O casal adentrou a alcova. E o barulho da porta se fechando foi o último antes que o Führerbunker se inundasse definitivamente de silêncio depois do estampido abafado de um tiro.

Passaram-se alguns minutos até que a corte nazista entrasse no dormitório. O corpo de Adolf Hitler, auto-proclamado chefe da nação de super-homens arianos, estava afundado em um sofá, sua impecável farda marrom já escarlate pelo sangue que escorria de seu rosto. Uma bala na boca: suicídio. Dois revólveres jaziam no chão, mas apenas um havia sido disparado. Ao lado do companheiro, Eva Braun encontrava-se estirada e igualmente defunta; seu óbito, porém, resultara de uma dose de veneno.

Os cadáveres foram recolhidos pelo major da SS e valete de Hitler, Heinz Linge, que, com a ajuda de Martin Bormann, os levou para o jardim da Chancelaria. Lá, Erich Kempka, o motorista do líder, empurrou-os para uma cratera aberta pelas bombas soviéticas que caíam, àquela altura, às centenas sobre Berlim; embebidos em petróleo, foram queimados. Goebbels ergueu sua mão direita, em derradeira saudação ao chefe nazista. Era o fim da linha para o Führer.

Ainda que o artífice da mais sangrenta guerra da cristandade tenha nomeado um sucessor - o almirante Karl Dönitz - , já estava claro que o regime nazista chegara ao ocaso. O calendário marcava 30 de abril de 1945, aziaga jornada para o totalitarismo teutônico: a 400 metros do local onde as carcaças de Hitler e Eva Braun eram consumidas por labaredas, o Reichstag, símbolo do poderoso governo nazista, ardia em chamas com os petardos certeiros do Exército Vermelho.

No dia seguinte à morte do chefe, Goebbels, seu fiel escudeiro e Ministro da Propaganda, o seguia no suicídio. Três semanas depois, foi a vez de Heinrich Himmler, chefe da SS, genitor do extermínio dos judeus e responsável maior pelo terror da suástica, resolver tirar a própria vida. O Reich esfarelava-se com o apagar de seus mentores, unidos em vida pela megalomania e na morte pela mais repugnante covardia. ...

Infanticídio sêxtuplo - O trespasse de Josef Goebbels, no dia 1º de maio, foi o último ato macabro de um homem que incitou como poucos o ódio entre os povos - qualificando, entre outros, judeus e soviéticos como subraças. O diminuto tedesco reuniu no bunker de Hitler sua esposa Magda e seus seis filhos: Helga, 12 anos, Hilda, 11, Helmut, 9, Holde, 7, Hedda, 5, e Heide, 3. Separou doses letais suficientes de cianeto e aplicou-as, uma a uma, nos petizes. Em seguida, saiu da fortificação com a companheira e parou o primeiro oficial da SS que encontrou, com um pedido pouco ordinário: o senhor e a senhora Goebbels gostariam de ser alvejados com um balázio na nuca. Dito e feito.

Já Himmler - que estava para ser julgado a qualquer momento - , apelou para o suicídio como artifício para não ter de responder por seus atos diante dos tribunais internacionais. O cabeça da SS, que havia tentado em abril último um contato com os Aliados para negociar a capitulação germânica - recusado - , e depois ter se oferecido para ajudar no governo de Dönitz - igualmente renegado - , foi capturado quando tentava fugir, disfarçado, após a rendição oficial da Alemanha. Barrado por uma patrulha britânica próxima a Hamburgo, Himmler alegou ser um policial rural de graça Heinrich Hitzinger.

Durante o interrogatório, porém, acabou reconhecido e encarcerado. Enquanto era examinado por um médico britânico no Quartel-General do Segundo Exército, em Luneberg, Himmler mordeu um frasco de cianeto que escondia na boca; as tentativas dos clínicos de retirar o veneno do organismo do tedesco - bombeamento do estômago e vômitos forçados - foram infrutíferas. Extinguiu-se, assim, o último vértice do triângulo original nazista. Da nova - e natimorta - geração do governo de Dönitz, já foram presos o próprio chefe e o almirante Hans Georg von Friedeburg, que assinou a rendição em Luneburg. Este, contudo, pouco criativamente, também se envenenou após a prisão. ...

Vingança à italiana - Os finados monges alemães da guerra juntar-se-ão a um de seus mais espaçosos pares, o italiano Benito Mussolini, morto no dia 28 de abril em Dongo, próximo ao Lago de Como. Ao contrário dos teutônicos, porém, o final do Duce deu-se pelas mãos de terceiros: seus algozes foram guerrilheiros que, por um descuido da segurança do peninsular, foram brindados com uma preciosa chance de executar a sentença de morte imposta pelo governo da Bota contra Mussolini.

Escoltado pela SS, o ditador da Itália, deposto em 1943, dirigia-se para os Alpes, onde acreditava poder continuar sua luta. Entretanto, dos 3.000 seguidores do fascismo esperados, apenas doze gatos pingados compareceram ao ponto de encontro para acompanhar o antes popularíssimo capo em sua jornada. Mesmo assim, a comitiva seguiu viagem - mas, desgraçadamente para os fascistas, acabaria passando por um território dominado pela guerrilha. Os paramilitares avistaram Mussolini - vestido com uma farda alemã - e sua amante Clara Petacci; insandecidos, não demoraram em capturá-lo.

Após breve interrogatório, o guerrilheiro comunista Walter Audisio alinhou-os no portão da Villa Belmonte, em Mezzegra, e desferiu o primeiro tiro em Petacci. Com a companheira desfalecida, o Duce abriu seu casaco e clamou para ser atingido no peito. Sem demora, a metralhadora guerrilheira atendeu ao pedido e dardejou fogo contra o italiano, que foi arremessado contra o muro pelo impacto das balas. Mussolini, contudo, ainda respirava. Audisio aproximou-se e executou o líder fascista com um projétil no coração. Ainda havia mais.

Em uma espécie de vingança post mortem pelos quase 20 meses de guerra civil causada pela teimosia do ditador, os cadáveres de Mussolini e Petacci foram transportados para Milão e expostos em praça pública, pendurados de cabeça para baixo. Milhares de populares compareceram à Piazzale Loreto para externar seu ódio pelo Duce, cuspindo nos corpos ou simples e barbaramente mutilando-os. Uma mulher que preferiu manter sua identidade no anonimato atirou cinco vezes contra Mussolini. "Pelos meus cinco filhos mortos na guerra", bradou, colocando um ponto final à altura da biografia do mais pândego, dramático e teatral dos ditadores europeus.

Nossa Vitória : A Queda do III Reich





Berlim, a capital da tirania do Reich, ajoelha-se diante do Exército Vermelho em nove dias - Impotente, Alemanha rende suas forças em toda a Europa e encerra era nazista
- Principais chefes alemães estão mortos ou encarcerados
oram quase dez horas de um assalto implacável, com infantaria, divisões armadas e aéreas do Exército Vermelho corroendo cada tijolo do imponente Reichstag. Quando a nebulosa tarde berlinense de 30 de abril começava a cair, o bombardeio cessou e os homens do marechal Georgi Zhukov invadiram a sede do Reich - àquela altura, tal e qual o regime que simbolizava, já praticamente em ruínas. Lutando pela posse de corredores e salões contra uma resistência voluntariosa porém exausta, os soldados bolcheviques impuseram-se sem sobressaltos. No início da noite, com o controle total e definitivo da edificação, os sargentos M. A. Yegorov e M. V. Kontary galgaram até o topo do prédio e desfraldaram, triunfantes, a bandeira da União Soviética em uma das torres.

Tremulando nos céus de Berlim, a foice e o martelo, que ceifaram e esmagaram a defesa da capital alemã após uma inapelável campanha de apenas nove dias, prenunciavam também a iminente queda do império tedesco do mal. Humilhada e subjugada quase por completo, a orgulhosa Alemanha Nacional-Socialista ainda insistiu em resistir. Inútil. Órfã de Adolf Hitler, que saíra de cena na surdina com um providencial suicídio, a impotente Wehrmacht rendeu suas forças na Alemanha, Países Baixos e Dinamarca no último dia 4. Três dias depois, o general Alfred Jodl, do Alto Comando Germânico, assinou a rendição incondicional de todas as forças na terra, no mar e no ar que estavam até aquela data sob o controle alemão.

Sete de maio de 1945. Das ende para o Terceiro Reich, fim da brutal máquina de assassínios idealizada por Hitler mais de uma década atrás. "As Forças Armadas e o povo alemão sofreram mais do que talvez qualquer outra nação no mundo", afirmou Jodl, um dos conselheiros militares mais próximos de Hitler, numa covarde tentativa de angariar pena. "Posso apenas manifestar a esperança de que os vitoriosos os tratarão com generosidade." A capitulação foi assinada em Rheims, na França, às 2h40 da manhã, no primeiro andar do sobrado do College Moderne de Garçons, onde os petizes franceses antes disputavam concorridas partidas de tênis de mesa. A cerimônia, que determinou o cessar-fogo tanto no front soviético quanto no europeu ocidental, contou com a presença do general Suslaparov, representando a União Soviética, do general Bedell Smith, do comando Aliado de Eisenhower, e do general Sevez, da coadjuvante França.

Além de genuflexa, a Alemanha agora se encontra acéfala. O almirante Karl Dönitz, apontado por Hitler como seu sucessor e alcunhado Führer de Flensburg, foi preso em 23 de maio na própria Flensburg, ao lado de outros membros de seu comando. Heinrich Himmler, exterminador dos judeus, foi capturado por uma patrulha próximo a Hamburgo, mas cometeu suicídio enquanto era examinado por um médico britânico. Albert Speer, Ministro dos Armamentos e da Produção de Guerra, também acabou apanhado - e não fugiu à responsabilidade. O antigo confidente de Hitler foi abordado quando estava no banho, em Schloss Glucksburg, e não ofereceu resistência. "Uma boa coisa", afirmou, quando o aliado anunciou a voz de prisão. "Tudo estava sendo apenas uma encenação mesmo." ...

Capital escarlate - Marco zero do militarismo nazista - de onde Adolf Hitler iniciou sua sanguinolenta jornada em busca da hegemonia européia e mundial - Berlim, nos sonhos do Führer, seria o símbolo arquitetônico do triunfo tedesco. Por isso mesmo, sua queda era vista pelos Aliados como um golpe fundamental não só para enfraquecer as Forças Armadas Alemãs como também para solapar de vez o que restava do moral teutônico. O Exército Vermelho havia começado a campanha por Berlim em janeiro deste ano, e a primeira fase fora completada com sucesso pelos marechais soviéticos Georgi Zhukov (comandando o 1º Front Bielorrusso) e Ivan Konev (1º Front Ucraniano). Em fevereiro, ambos encontravam-se às margens do rio Oder, 57 quilômetros a Leste de Berlim.

Josef Stalin, porém, protelou o início da segunda fase do ataque, permitindo que Hitler agrupasse as sobras da 3ª Terceira Divisão Panzer e do 9º Exército sob um novo epíteto: Grupo de Exército Vistula. Enquanto não recebia a ordem do líder soviético para seguir rumo a Berlim, Konev aproveitou uma oportunidade de atacar a 4ª Divisão Panzer pelo rio Neisse, em fevereiro; exitosa, a manobra logrou criar também uma ameaça de invasão a Berlim pelo Sul. O Führer, então, determinou que a salvaguarda da cidade fosse feita em quatro círculos concêntricos de defesa. O anel mais externo ficava a 32 quilômetros do centro, enquanto o mais interno agrupava o distrito governamental e o Führerbunker, a toca do lobo nazista. E prescreveu: "A defesa de Berlim será feita até o último homem e o último disparo."

Em 31 de março, ressabiado com o avanço dos americanos e britânicos a Oeste do Reno, Stalin ordenou o reinício do ataque à Alemanha. Zhukov seria brindado com a honrosa tarefa de tomar Berlim - marchando em linha reta, sentido Leste-Oeste - , enquanto Konev, além de apoiá-lo pelo flanco esquerdo, atacaria Dresden. Já o 2º Front Bielorrusso, sob o comando do marechal Konstantin Rokossovsky, apoiaria Zhukov pelo flanco direito. As primeiras investidas do Exército Vermelho foram bravamente defendidas pelos germânicos, fazendo Stalin mudar os planos. Zhukov atacaria a cidade pelo Norte, com Konev e Rokossovsky pressionando ao Sul.

Três dos exércitos de Georgi Zhukov alcançaram o primeiro anel defensivo de Berlim entre 21 e 22 de abril; o círculo foi fechado com a chegada da armada de Konev, no dia 25. Hitler tentou chamar reforços, mas sua mais confiável guarnição, o 9º Exército, estava igualmente cercada. O Führer também apelou para o 12º Exército do general Walther Wenck, que, como força militar, existia apenas na cabeça do líder alemão: o destacamento, que incluía adolescentes da Juventude Hitlerista, nem sequer conseguiu assustar as tropas soviéticas que já dominavam o anel externo de Berlim. A cidade ficou defendida por soldados em pandarecos, refugos de batalhas anteriores, e por idosos e jovens recém-convocados.

No dia 29 de abril, o comandante da cidade, tenente-general Karl Weidling, reportou ao comando da Wehrmacht que possuía munição para apenas mais um dia de combates. Do lado de fora dos anéis, o chefe do Alto Comando das Forças Armadas, marechal-de-campo Wilhelm Keitel, informava que as tentativas de levar tropas ao socorro de Berlim não progrediam. Em 30 de abril, o Reichstag é tomado pelo Exército Vermelho. Dois dias depois, Weidling anuncia oficialmente a rendição da cidade. Acabava a batalha por Berlim. A Alemanha não aguentaria o golpe. ...

Europa livre - No momento da assinatura da rendição incondicional das forças alemãs do Ocidente, em uma tenda no pântano de Luneberg, o almirante Hans Georg von Friedeburg, emissário de Dönitz, trouxe um pedido pouco usual ao marechal Bernard Montgomery. O alemão desejava que a rendição das divisões Panzer, esmigalhadas nas batalhas contra os soviéticos, fosse feita aos britânicos, assim como a dos civis nas redondezas de Berlim - para isso, claro, o Exército Vermelho deveria permitir a passagem dos oponentes por suas linhas de combate. Montgomery rejeitou a idéia, afirmando que os soldados que lutavam contra os russos deveriam render-se aos próprios. Von Friedeburg foi às lágrimas.

Mais de 500.000 soldados se renderam, somando-se aos outros 500.000 que haviam sido tomados como prisoneiros entre 3 e 4 de maio. Cinco dias depois, Praga, a última capital européia sob o jugo nazista, foi libertada, também pelas mãos do Exército Vermelho. Os soviéticos chegaram ao auxílio dos guerrilheiros tchecos, que travavam feroz batalha contra os oficiais da SS desde o anúncio da rendição tedesca, não obedecida pelos soldados nazistas lotados na cidade. No mesmo dia 9, as Ilhas do Canal, havia cinco anos ocupadas pelos alemães, voltaram às mãos britânicas. O mácula nazista fora removida de vez do continente. De acordo com a profecia de seu arquiteto-mor, Adolf Hitler, o Reich se estenderia ao longo de 1.000 anos. Sobreviveu por pouco mais de duas décadas - tempo irrisório quando comparado à pretensão do Führer, mas suficiente para provocar chagas indeléveis na história do Velho Mundo.

Imagens Chocantes Bárbaras e Insanas-6 Milhões de Judeus Mortos Durante a 2ª Guerra Mundial pelos Nazistas de Hitler





Holocausto

A palavra holocausto (em grego antigo: ὁλόκαυστον, ὁλον [todo] + καυστον [queimado]) tem origens remotas em sacrifícios e rituais religiosos da Antigüidade em que animais (por vezes até seres humanos) eram oferecidos às divindades, nesse caso holocausto quer dizer cremação dos corpos. Este tipo de sacrifício também foi praticado por tribos judaicas, como se evidencia no Livro do Êxodo capítulo 18, versículo 12: Então, Jetro, sogro de Moisés, trouxe holocausto e sacrifícios para Deus; (...).

A partir do século XIX, a palavra holocausto começou a designar grandes catástrofes e massacres, até que após a Segunda Guerra Mundial o termo Holocausto (com inicial maiúscula) passou a ser utilizado especificamente para se referir ao extermínio de milhões de pessoas mortas em nome da Paz e cujas respectivas almas, subiram aos aos céus numa enorme nuvem de fumaça, conforme ocorrência nas cidades de Hiroshima e Nagasaki amplamente divulgada na imprensa mundial pelos USA. Mais tarde, no correr do julgamento em Nuremberg, o termo foi sendo aos poucos adotado por judeus e em menor número por outros grupos considerados indesejados nos regimes nazista de Adolf Hitler. Como a maior parte dos perseguidos politicos de Hitler "que podiam reclamar" eram os judeus, os militantes não aliados como os comunistas ou os fracos como os homossexuais , marginalizados como os ciganos, eslavos, deficientes motores, deficientes mentais, prisioneiros de guerra soviéticos, membros da elite intelectual polaca, russa e de outros países do Leste Europeu, activistas políticos, Testemunhas de Jeová, alguns sacerdotes católicos e sindicalistas, pacientes psiquiátricos e criminosos de delito comum foram esquecidos.

Todos estes grupos pereceram lado a lado nos campos de concentração e de extermínio, de acordo com textos e fotografias, (extensa documentação deixada pelos próprios nazistas testemunhos de sobreviventes), perpetradores e de espectadores, e com o saldo de registros estatísticos de vários países sob ocupação, o número exacto de mortes durante essa passagem é desconhecido (ver Extensão do Holocausto mais abaixo). Mas segundo alguns especialistas estima-se que o número de pessoas desaparecidas, mortas ou assassinados durante o conflito somam cerca de seis milhões de pessoas.

Atualmente, o termo foi novamente utilizado para descrever as grandes tragédias sejam elas antes ou depois da Segunda Guerra Mundial e muitas vezes a palavra holocausto é usada para qualquer extermínio de vidas humanas executado de forma deliberada e maciça, como na que resultaria de uma guerra nuclear, falando-se por vezes de "holocausto nuclear".

Shoá (השואה), também escrito da forma Shoah, Sho'ah e Shoa, que em língua iídiche (um dialeto do alemão falado por judeus ocidentais ou "asquenazitas") significaria calamidade, sendo o termo deste idioma para o Holocausto. É usado por muitos judeus e por um número crescente de cristãos devido ao desconforto teológico com o significado literal da palavra Holocausto que tem origem do grego e conotação com a prática de higienização por incineração; estes grupos acreditam que é teologicamente ofensivo sugerir que os judeus da Europa foram um sacrifício a Deus. É no entanto reconhecido que a maioria das pessoas que usam o termo Holocausto, não o fazem com essa intenção.

Similarmente, muitas pessoas ciganas usam a palavra porajmos, significando "devorar", para descrever a tentativa nazi do extermínio do grupo.

Perspectiva geral

Um aspecto de um Holocausto restrito a Alemanha que o distingue de outros assassínios colectivos foi a metodologia aplicada a grupos diferenciados. Foram feitas listas detalhadas de vítimas presentes e futuramente potenciais, encontraram-se registros meticulosos dos assassínios.

Quando os prisioneiros entravam nos campos de concentração ou de extermínio, tinham de entregar toda a propriedade pessoal aos Nazis - que era catalogada detalhadamente e etiquetada, sendo emitidos recibos. Adicionalmente, foi feito um esforço considerável ao longo do Holocausto para encontrar meios cada vez mais eficientes de matar mais pessoas, por exemplo ao mudar do envenenamento por monóxido de carbono, usado nos campos de extermínio de Belzec, Sobibór, e Treblinka para o uso de Zyklon-B em Majdanek e Auschwitz-Birkenau, na chamada Aktion Reinhard.

Ao contrário de outros genocídios que ocorreram numa área ou país específicos, o Holocausto foi levado a cabo metodicamente em virtualmente cada centímetro do território ocupado pelos nazistas, tendo os judeus e outras vítimas sido perseguidos e assassinados num espaço em que hoje existem 35 nações europeias, tendo sido enviados para campos de concentração em algumas nações e campos de extermínio noutras nações.

Além das matanças maciças, os nazistas levaram a cabo experiências médicas em prisioneiros, incluindo crianças. O Dr. Josef Mengele, um nazi dos mais amplamente conhecidos, era chamado de "Anjo da Morte" pelos prisioneiros de Auschwitz pelos seus experimentos crueis e bizarros.

Os acontecimentos nas áreas controladas pelos alemães só se tornaram conhecidos em toda a sua extensão depois do fim da Guerra. No entanto, numerosos rumores e relatos e testemunhas de fugitivos e outros, ainda durante a guerra, deram alguma indicação de que os judeus estavam a ser mortos em grande número. Houve protestos, como em 29 de Outubro de 1942 no Reino Unido, que levou figuras políticas e da Igreja a fazerem declarações públicas manifestando o horror sentido pela perseguição de judeus na Alemanha.

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Campos de concentração e de extermínio
Campos de concentração de Buchenwald. Fotografia tirada no dia da libertação do campo pelas tropas aliadas em Abril de 1945. No segundo andar do beliche, o sétimo a contar da esquerda é Elie Wiesel e no andar de cima o seu primo, o segundo (aparentemente) palitando os dentes. Todos são testemunhas

Campos de concentração para "indesejados" espalharam-se por toda a Europa, com novos campos sendo criados perto de centros de densa população "indesejada", frequentemente focando especialmente os judeus, a elite intelectual polaca, comunistas, ou ciganos. A maior parte dos campos situava-se na área de Governo Geral.

Campos de concentração para Judeus e outros "indesejados" também existiram na própria Alemanha e apesar de os campos de concentração alemães não terem sido desenhados para o extermínio sistemático - os campos de extermínio situavam-se todos no leste europeu, a maioria na Polónia - muitos prisioneiros dos campos de concentração morreram por causa das más condições ou por execução.

Alguns campos, tais como o de Auschwitz-Birkenau, combinavam trabalho escravo com o extermínio sistemático.

À chegada a estes campos, os prisioneiros eram divididos em dois grupos: aqueles que eram demasiado fracos para trabalhar eram imediatamente assassinados em câmaras de gás (que por vezes eram disfarçadas de chuveiros) e seus corpos eram queimados, enquanto que os outros eram primeiro usados como escravos em fábricas e empresas industriais localizadas nas proximidades do campo.
1944 - Documento Inédito - Flagrante do estado deplorável que se encontravam os judeus, em 1944 quando desembarcaram na estação de trens de Auschwitz, na Polónia ocupada

Os alemães também organizavam grupos de trabalho auto-sustentável entre os prisioneiros para trabalhar na reciclagem dos cadáveres e na colheita de certos elementos. Para alguns historiadores os dentes de ouro eram extraídos dos cadáveres e cabelos de mulher (raspado das cabeças das vítimas) antes de entrarem nas câmaras incineradoras. Acreditam eles que esses produtos eram reciclados da seguinte forma, se ouro eram fundidos e usados na confecção de jóias , se cabelos eram tecidos tapetes e meias e a gordura reprocessada para combustível.


Cinco campos — Belzec, Chelmno, Maly Trostenets, Sobibor, e Treblinka II — foram usados exclusivamente para o extermínio. Nestes campos, apenas um pequeno número de prisioneiros foi mantido vivo para assegurar a tarefa de desfazer-se dos cadáveres de pessoas assassinadas nas câmaras de gás.

O transporte foi frequentemente levado a cabo em condições horríficas, usando vagões ferroviários de carga, abarrotados e sem quaisquer condições sanitárias.

A organização logística envolvida no transporte ferroviário de milhões de pessoas com registros cuidadosamente catalogados e arquivados foi uma tarefa de um considerável grupo de pessoas pertencentes ao aparelho do Partido Nazista.

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JudeusHolocausto

Elementos preliminares
Política racial-Eugenia-Leis de Nuremberg-Aktion T4-Campos de concentração-Lista dos campos
Judeus na Segunda Guerra Mundial
Judeus na Alemanha Nazista

Pogroms: Kristallnacht-Iaşi-Jedwabne-Lwów-Bucharest

Gueto: Varsóvia-Łódź-Lwów-Cracóvia-Theresienstadt-Kovno

Einsatzgruppen: Babi Yar-Rumbula-Paneriai-Odessa

Solução final: Wannsee-Aktion Reinhard

Campos de extermínio nazistas: Auschwitz-Belzec-Chełmno-Majdanek-Treblinka-Sobibór-Jasenovac -Warsaw

Resistência: Judeus partisans
Levantes nos guetos judaicos (Varsóvia)

Final da Segunda Guerra: Marchas da morte-Berihah-Sh'erit ha-Pletah
Outras vítimas

Generalplan Ost-Poles-Serbs-Ciganos-Homossexuais-Testemunhas de Jeová
Responsáveis

Alemanha Nazista: Hitler-Eichmann-Heydrich-Himmler-SS-Gestapo-SA

Colaboradores

Depois da Guerra: Julgamento de Nuremberg-Desnazificação
Listas
Sobreviventes-Vítimas-Ajuda
Recursos
The Destruction of the European Jews
Fases do Holocausto


O anti-semitismo era comum na Europa dos anos 20 e 30 do século XX (apesar da história do anti-semitismo se estender ao longo de séculos). O anti-semitismo fanático de Adolf Hitler ficou bem patente no seu livro publicado em 1925, Mein Kampf, largamente ignorado quando foi publicado mas que se tornou popular na Alemanha uma vez que Hitler ascendeu ao poder.

A 1 de Abril de 1933, os nazis, recém-eleitos, organizaram, sob a direcção de Julius Streicher, um dia de boicote a todas as lojas e negócios pertencentes a judeus na Alemanha. Esta política ajudou a criar um ambiente de repetidos actos anti-semitas que iriam culminar no Holocausto. As últimas empresas pertencentes a judeus foram fechadas a 6 de Julho de 1939.

Em muitas cidades da Europa, os judeus tinham vivido concentrados em zonas determinadas. Durante os primeiros anos da Segunda Guerra Mundial, os nazis formalizaram as fronteiras dessas áreas e restringiram os movimentos criando novos guetos aos quais os judeus ficavam confinados. Os guetos eram, com efeito, prisões nas quais muitos judeus morreram de fome e de doenças; outros foram executados pelos nazis e seus colaboradores. Campos de concentração para judeus existiram na própria Alemanha. Durante a invasão da União Soviética, mais de três mil unidades especiais de morte (Einsatzgruppen) seguiram a Wehrmacht e conduziram matanças maciças de oficiais comunistas e de população judaica que vivia no território soviético. Comunidades inteiras foram dizimadas, sendo rodeadas, roubadas de suas possessões e roupa, e alvejadas de morte nas bermas de valas comuns.

Em Dezembro de 1941, Hitler tinha finalmente decidido exterminar os judeus da Europa. Em Janeiro de 1942, durante a Conferência de Wannsee, vários líderes Nazis discutiram os detalhes da "Solução final da questão judaica" (Endlösung der Judenfrage).

O Dr. Josef Buhler pressionou Reinhard Heydrich a dar início à Solução Final no Governo Geral. Eles começaram a deportar sistematicamente populações de judeus desde os guetos e de todos os territórios ocupados para os sete campos designados como Vernichtungslager, ou campo de extermínio: Auschwitz-Birkenau, Belzec, Chelmno, Majdanek, Maly Trostenets, Sobibor e Treblinka II.

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Eslavos

Os polacos foram um dos primeiros alvos do extermínio de Hitler, como ficou sublinhado no discurso que fez a comandantes da Wehrmacht antes da invasão da Polónia em 1939.

A elite intelectual e socialmente proeminente ou pessoas poderosas foram os primeiros alvos, apesar de também ter havido assassínios em massa e instâncias de genocídio (donde se destaca Ustaše, na Croácia).

Durante a Operação Barbarossa, a invasão alemã da União Soviética, centenas de milhares (senão mesmo milhões) de prisioneiros de guerra pertencentes ao exército russo foram arbitrariamente executados nos campos pelos exércitos invasores alemães (em particular pelas famosas Waffen SS), ou foram enviados para campos de extermínio simplesmente porque eram de extração eslava. Milhares de vilas de lavradores russos foram aniquiladas pelas tropas alemãs mais ou menos pela mesma razão.

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Ciganos
Ver artigo principal: Porajmos.

A campanha de genocídio de Hitler contra os povos ciganos da Europa era vista por muitos como uma aplicação particularmente bizarra da ciência racial nazi.

Antropólogos alemães foram forçados a enfrentar o facto de os ciganos serem descendentes dos invasores arianos, que regressaram à Europa. Ironicamente, isto torna-os não menos arianos que os próprios alemães, pelo menos na prática, senão em teoria. Este dilema foi solucionado pelo Professor Hans Gunther, um conhecido cientista racial, que escreveu:
"Os ciganos retiveram na verdade alguns elementos da sua origem nórdica, mas eles descendem das classes mais baixas da população dessa região. No decurso da sua migração, eles absorveram o sangue dos povos circundantes, tornando-se assim uma mistura racial oriental, asiática-ocidental com uma adição de ascendência indiana, centro-asiática e europeia."

Como resultado, no entanto, e apesar de medidas discriminatórias, alguns grupos de ciganos de etnia Roma, incluindo as tribos alemãs dos Sinti e Lalleri, foram dispensados da deportação e morte. Os ciganos restantes sofreram muito como os Judeus (em alguns momentos foram ainda mais degradados). Na Europa de Leste, os ciganos foram deportados para os guetos judeus, abatidos pelas SS Einsatzgruppen nas sua vilas, e deportados e gaseados em Auschwitz e Treblinka.

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Outros

Homossexuais foram um outro grupo alvo durante o tempo do Holocausto. No entanto, o partido nazi não fez qualquer tentativa sistemática de exterminar todos os homossexuais; de acordo com a lei nazi, ser homossexual em si não era uma razão de prisão. Alguns membros proeminentes da liderança do partido Nazi eram conhecidos (segundo outros líderes nazis) por serem homossexuais, o que pode explicar o facto de a liderança ter mostrado sinais contraditórios sobre a forma de lidar com o tema. Alguns líderes queriam claramente o extermínio dos homossexuais; outros queriam que os deixassem em paz, enquanto que outros queriam a aplicação de leis que proibissem actos homossexuais, mas de resto permitindo aos homossexuais viver tal como os outros cidadãos.

Estimativas quanto ao número de pessoas mortas pela razão específica de serem homossexuais variam muito. A maioria das estimativas situa-se por volta dos dez mil.

Números mais elevados incluem também aqueles que eram judeus e homossexuais, ou mesmo judeus, homossexuais e comunistas. Para além disso, registros sobre as razões específicas para o internamento são inexistentes em muitas áreas. Ver Homossexuais na Alemanha Nazi para mais informação.

Cerca de duas mil testemunhas de Jeová pereceram em campos de concentração, para onde foram enviados por razões políticas e ideológicas. Eles recusaram o envolvimento na política, não diziam "Heil Hitler", e não serviam no exército alemão.

Fabiano Alves Pereira, Testemunha de Jeová e professor de História em Taiobeiras (MG) comentou: "Quando se fala de vítimas massacradas pelo regime nazista, a primeira coisa que muitos lembram é do extermínio de mais de 6 milhões de judeus (Holocausto). No entanto, existem uma série de pesquisas historiográficas que confirmam o fato de que as Testemunhas de Jeová por não jurarem lealdade ao Estado e muito menos apoiarem Hitler, foram ferozmente perseguidas e enviadas para campos de concentração. Visto serem pacifistas, mesmo hoje, não pegam em armas. Por recusarem prestar serviço militar, elas tem sido alvo de críticas por parte daqueles que as acusam de deslealdade à nação. No entanto, as Testemunhas de Jeová argumentam que a lei de Deus diz: "Não deves matar". Portanto, não empenharem em guerras demonstra sua lealdade a Deus, obediência ao que ele diz e amor ao próximo". Ver Testemunhas de Jeová e o Holocausto.

A 18 de Agosto de 1941, Adolf Hitler ordenou o fim da eutanásia sistemática dos doentes mentais e deficientes, devido a protestos na Alemanha.

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Extensão do Holocausto

O número exacto de pessoas mortas pelo regime nazi continua a ser objecto de pesquisa. Documentos liberados recentemente do segredo no Reino Unido e na União Soviética indicam que o total pode ser algo superior ao que se acreditava. No entanto, as seguintes estimativas são consideradas muito fiáveis.
5.6 – 6.1 milhões de judeus
dos quais 3.0 – 3.5 milhões de judeus polacos
2.5 – 3.5 milhões de polacos não-judeus
3.5 – 6 milhões de outros civis eslavos
2.5 – 4 milhões de prisioneiros de guerra (POW) soviéticos
1 – 1.5 milhões de dissidentes políticos
200 000 – 800 000 roma e sinti
200 000 – 300 000 deficientes
10 000 – 25 000 homossexuais
2 000 Testemunhas de Jeová

Existe alguma polêmica em relação a estes números, principalmente entre grupos anti-semitas, mas não só. A obra de Norman Filkenstein, "A Indústria do Holocausto" defende que este número de mortes em campos de concentração (notadamente na Alemanha) e de extermínio (na Polônia) tem servido para obtenção de vantagens econômicas e também políticas.

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Os triângulos

Artigo principal: Triângulos Invertidos
A segregação: Identificação imposta pelos administradores alemães aos judeus

Face a enorme migração somada as grandes distancias que separavam os campos de concentração das industrias bélicas alemãs, para efeito de identificação fora dos campos "em vez de números" , os administradores tiveram que elaborar uma solução geométrica de identificação que podia ser visualizada rápidamente. Os prisioneiros foram requeridos a usar triângulos coloridos nas suas vestes, cujas cores respondiam por seus endereços em campos "que geralmente atendiam a sua nacionalidade e preferência política etc." , essa solução, tinha por objetivo facilitar as equipes de transportes (por caminhão) identifica-los mais rapidamente no retorno diário "evidentemente após cumprirem suas missões" dos centros industriais aos campos.

Apesar das cores variarem de campo para campo, as cores mais comuns eram:
amarelo: judeus -- dois triângulos sobrepostos, para formar a Estrela de Davi, com a palavra "Jude" (judeu) inscrita; mischlings i.e., aqueles que eram considerados apenas parcialmente judeus, muitas vezes usavam apenas um triângulo amarelo.
vermelho: dissidentes políticos, incluindo comunistas
verde: criminoso comum. Criminosos de ascendência ariana recebiam freqüentemente privilégios especiais nos campos e poder sobre outros prisioneiros.
púrpura (roxo): basicamente aplicava-se às Testemunhas de Jeová, que por objeção de consciência negavam-se a participar dos empenhos militares da Alemanha nazista e a renegar sua fé por assinar uma termo declarando isto.
azul: imigrantes.
castanho: ciganos roma e sinti
negro: lésbicas e "anti-sociais" (alcoólatras e indolentes)
rosa: homossexuais

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Funcionalismo versus Intencionalismo

Um tema frequente nos estudos contemporâneos sobre o Holocausto é a questão de funcionalismo versus intencionalismo. Os intencionalistas acham que o Holocausto foi planeado por Hitler desde o início. Funcionalistas defendem que o Holocausto foi iniciado em 1942 como resultado do falhanço da política nazi de deportação e das iminentes perdas militares na Rússia. Eles dizem que as fantasias de exterminação delineadas por Hitler em Mein Kampf e outra literatura nazi eram mera propaganda e não constituíam planos concretos (curiosamente esta foi também a estratégia da argumentação da defesa dos Nazis perante os julgamentos de Nuremberga).

Outra controvérsia relacionada foi iniciada recentemente pelo historiador Daniel Goldhagen, que argumenta que os alemães em geral sabiam e participaram com convicção no Holocausto, que ele acha que teve as suas raízes num anti-semitismo alemão profundamente enraizado. Goldhagen vê na Igreja cristã uma origem desse anti-semitismo. No seu livro "A Igreja Católica e o Holocausto - uma análise sobre culpa e expiação", Goldhagen reflecte sobre passagens do Novo Testamento claramente anti-semitas. Numa conferência que fez em Munique em 2003, Goldhagen colocou a seguinte questão: se em vez de frases como "pelos seus pecados os judeus têm de ser punidos", ou "os judeus desagradam a Deus e são inimigos de todos os homens" São Paulo tivesse escrito no Novo Testamento semelhantes frases sobre outro grupo qualquer, os negros por exemplo, será que não se poderia dizer que o Novo Testamento é racista ? Outros afirmam que sendo o anti-semitismo inegável na Alemanha, o extermínio foi desconhecido a muitos e teve de ser posto em prática pelo aparelho ditatorial nazi.

Goldhagen explora também o facto de milhões de alemães terem participado nas atrocidades da Guerra, afirmando depois da guerra, se acusados (o que raramente aconteceu), que eles tinham de seguir ordens para evitar represálias.

No entanto, houve alguns casos de alemães que recusaram participar nas matanças maciças e outros crimes e que não foram punidos em forma nenhuma pelos nazis. Alemães casados com judeus que optaram por se manter com o seu companheiro permaneceram não-castigados e suas esposas judias sobreviveram.

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Revisionistas e negadores
Vala comum do campo de concentração de Bergen-Belsen em Maio de 1945


Algumas pessoas que duvidam do Holocausto, são classificadas como Revisionista de Holoausto. Esses pesquisadores afirmam que muito menos de seis milhões de judeus tiveram seus últimos dias nos campos de concentração e que as mortes não foram o resultado da política deliberada dos alemães, já outros grupos , denominados pelos judeus de Negadores de holocausto alegam que o Holocausto definitivamente nunca existiu. Ambas as teses são normalmente acompanhadas de números que entram em choque com os números amplamentes aceitos.

É comum que as duas idéias sejam associadas imediatamente ao racismo, ao nazismo e ao neo-nazismo. Muitos que acreditam na versão histórica afirmam categoricamente que o revisionismo é uma forma de anti-semitismo e equivalente a negação do "Holocausto.

Muitos revisionistas afirmam não serem anti-semitas, e que querem meramente "contar a história como deve ser". Estas pessoas dizem que estão contentes por menos pessoas terem sido mortas do que previamente julgado e que desejam que outras pessoas interpretem os dados revisionistas como boas notícias. Porém, muitas vezes é possível identificar a divulgação de informações anti-semitas nos mesmos meios ou pelas mesmas pessoas que divulgam essas idéias.

Ambas as teorias possuem poucos defensores e são evitadas pelos historiadores dessa área porque o simples fato de "não acreditar na história do Holocausto judeu" constitui crime grave em alguns países, sujeitando-se o pésquisador as penas previstas na legislação de seus paises, portanto, em alguns países, como a França, Alemanha, Áustria, Suíça e Israel, o revisionismo é crime. Em outros, como Canadá , Austrália e Brasil são passíveis de outras sanções.

Nesse ultimo, o Brasil, o revisionismo é associado ao anti-semitismo e este foi considerado uma forma de racismo, crime hediondo, que segundo o parecer jurídico do Supremo Tribunal Federal sujeitando o infrator a pena máxima.

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Teologia do Holocausto

À vista da magnitude do que assistimos dos horrores das guerras, muitas pessoas reexaminaram as visões da teologia clássica sobre a bondade de Deus e acções no mundo. Como é possível as pessoas continuarem a ter fé com e depois do Holocausto? Para as respostas teológicas às questões levantadas pelo Holocausto ver Teologia do Holocausto.

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Ramificações políticas

O Holocausto teve várias ramificações políticas e sociais que se estendem até ao presente. A necessidade de encontrar um território para muitos refugiados judeus levou a uma grande imigração para o Mandato Britânico da Palestina, que na sua maior parte se tornou naquilo que é hoje o moderno Estado de Israel. Esta imigração teve um efeito directo nos Árabes da região, algo que é discutido nos artigos sobre o Conflito Israelo-Árabe, o Conflito Israelo-Palestiniano e nos outros artigos ligados a estes.