quarta-feira, 28 de março de 2007

Holocausto

A palavra holocausto (em grego antigo: ὁλόκαυστον, ὁλον [todo] + καυστον [queimado]) tem origens remotas em sacrifícios e rituais religiosos da Antigüidade em que animais (por vezes até seres humanos) eram oferecidos às divindades, nesse caso holocausto quer dizer cremação dos corpos. Este tipo de sacrifício também foi praticado por tribos judaicas, como se evidencia no Livro do Êxodo capítulo 18, versículo 12: Então, Jetro, sogro de Moisés, trouxe holocausto e sacrifícios para Deus; (...).

A partir do século XIX, a palavra holocausto começou a designar grandes catástrofes e massacres, até que após a Segunda Guerra Mundial o termo Holocausto (com inicial maiúscula) passou a ser utilizado especificamente para se referir ao extermínio de milhões de pessoas mortas em nome da Paz e cujas respectivas almas, subiram aos aos céus numa enorme nuvem de fumaça, conforme ocorrência nas cidades de Hiroshima e Nagasaki amplamente divulgada na imprensa mundial pelos USA. Mais tarde, no correr do julgamento em Nuremberg, o termo foi sendo aos poucos adotado por judeus e em menor número por outros grupos considerados indesejados nos regimes nazista de Adolf Hitler. Como a maior parte dos perseguidos politicos de Hitler "que podiam reclamar" eram os judeus, os militantes não aliados como os comunistas ou os fracos como os homossexuais , marginalizados como os ciganos, eslavos, deficientes motores, deficientes mentais, prisioneiros de guerra soviéticos, membros da elite intelectual polaca, russa e de outros países do Leste Europeu, activistas políticos, Testemunhas de Jeová, alguns sacerdotes católicos e sindicalistas, pacientes psiquiátricos e criminosos de delito comum foram esquecidos.

Todos estes grupos pereceram lado a lado nos campos de concentração e de extermínio, de acordo com textos e fotografias, (extensa documentação deixada pelos próprios nazistas testemunhos de sobreviventes), perpetradores e de espectadores, e com o saldo de registros estatísticos de vários países sob ocupação, o número exacto de mortes durante essa passagem é desconhecido (ver Extensão do Holocausto mais abaixo). Mas segundo alguns especialistas estima-se que o número de pessoas desaparecidas, mortas ou assassinados durante o conflito somam cerca de seis milhões de pessoas.

Atualmente, o termo foi novamente utilizado para descrever as grandes tragédias sejam elas antes ou depois da Segunda Guerra Mundial e muitas vezes a palavra holocausto é usada para qualquer extermínio de vidas humanas executado de forma deliberada e maciça, como na que resultaria de uma guerra nuclear, falando-se por vezes de "holocausto nuclear".

Shoá (השואה), também escrito da forma Shoah, Sho'ah e Shoa, que em língua iídiche (um dialeto do alemão falado por judeus ocidentais ou "asquenazitas") significaria calamidade, sendo o termo deste idioma para o Holocausto. É usado por muitos judeus e por um número crescente de cristãos devido ao desconforto teológico com o significado literal da palavra Holocausto que tem origem do grego e conotação com a prática de higienização por incineração; estes grupos acreditam que é teologicamente ofensivo sugerir que os judeus da Europa foram um sacrifício a Deus. É no entanto reconhecido que a maioria das pessoas que usam o termo Holocausto, não o fazem com essa intenção.

Similarmente, muitas pessoas ciganas usam a palavra porajmos, significando "devorar", para descrever a tentativa nazi do extermínio do grupo.

Perspectiva geral

Um aspecto de um Holocausto restrito a Alemanha que o distingue de outros assassínios colectivos foi a metodologia aplicada a grupos diferenciados. Foram feitas listas detalhadas de vítimas presentes e futuramente potenciais, encontraram-se registros meticulosos dos assassínios.

Quando os prisioneiros entravam nos campos de concentração ou de extermínio, tinham de entregar toda a propriedade pessoal aos Nazis - que era catalogada detalhadamente e etiquetada, sendo emitidos recibos. Adicionalmente, foi feito um esforço considerável ao longo do Holocausto para encontrar meios cada vez mais eficientes de matar mais pessoas, por exemplo ao mudar do envenenamento por monóxido de carbono, usado nos campos de extermínio de Belzec, Sobibór, e Treblinka para o uso de Zyklon-B em Majdanek e Auschwitz-Birkenau, na chamada Aktion Reinhard.

Ao contrário de outros genocídios que ocorreram numa área ou país específicos, o Holocausto foi levado a cabo metodicamente em virtualmente cada centímetro do território ocupado pelos nazistas, tendo os judeus e outras vítimas sido perseguidos e assassinados num espaço em que hoje existem 35 nações europeias, tendo sido enviados para campos de concentração em algumas nações e campos de extermínio noutras nações.

Além das matanças maciças, os nazistas levaram a cabo experiências médicas em prisioneiros, incluindo crianças. O Dr. Josef Mengele, um nazi dos mais amplamente conhecidos, era chamado de "Anjo da Morte" pelos prisioneiros de Auschwitz pelos seus experimentos crueis e bizarros.

Os acontecimentos nas áreas controladas pelos alemães só se tornaram conhecidos em toda a sua extensão depois do fim da Guerra. No entanto, numerosos rumores e relatos e testemunhas de fugitivos e outros, ainda durante a guerra, deram alguma indicação de que os judeus estavam a ser mortos em grande número. Houve protestos, como em 29 de Outubro de 1942 no Reino Unido, que levou figuras políticas e da Igreja a fazerem declarações públicas manifestando o horror sentido pela perseguição de judeus na Alemanha.

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Campos de concentração e de extermínio
Campos de concentração de Buchenwald. Fotografia tirada no dia da libertação do campo pelas tropas aliadas em Abril de 1945. No segundo andar do beliche, o sétimo a contar da esquerda é Elie Wiesel e no andar de cima o seu primo, o segundo (aparentemente) palitando os dentes. Todos são testemunhas

Campos de concentração para "indesejados" espalharam-se por toda a Europa, com novos campos sendo criados perto de centros de densa população "indesejada", frequentemente focando especialmente os judeus, a elite intelectual polaca, comunistas, ou ciganos. A maior parte dos campos situava-se na área de Governo Geral.

Campos de concentração para Judeus e outros "indesejados" também existiram na própria Alemanha e apesar de os campos de concentração alemães não terem sido desenhados para o extermínio sistemático - os campos de extermínio situavam-se todos no leste europeu, a maioria na Polónia - muitos prisioneiros dos campos de concentração morreram por causa das más condições ou por execução.

Alguns campos, tais como o de Auschwitz-Birkenau, combinavam trabalho escravo com o extermínio sistemático.

À chegada a estes campos, os prisioneiros eram divididos em dois grupos: aqueles que eram demasiado fracos para trabalhar eram imediatamente assassinados em câmaras de gás (que por vezes eram disfarçadas de chuveiros) e seus corpos eram queimados, enquanto que os outros eram primeiro usados como escravos em fábricas e empresas industriais localizadas nas proximidades do campo.
1944 - Documento Inédito - Flagrante do estado deplorável que se encontravam os judeus, em 1944 quando desembarcaram na estação de trens de Auschwitz, na Polónia ocupada

Os alemães também organizavam grupos de trabalho auto-sustentável entre os prisioneiros para trabalhar na reciclagem dos cadáveres e na colheita de certos elementos. Para alguns historiadores os dentes de ouro eram extraídos dos cadáveres e cabelos de mulher (raspado das cabeças das vítimas) antes de entrarem nas câmaras incineradoras. Acreditam eles que esses produtos eram reciclados da seguinte forma, se ouro eram fundidos e usados na confecção de jóias , se cabelos eram tecidos tapetes e meias e a gordura reprocessada para combustível.


Cinco campos — Belzec, Chelmno, Maly Trostenets, Sobibor, e Treblinka II — foram usados exclusivamente para o extermínio. Nestes campos, apenas um pequeno número de prisioneiros foi mantido vivo para assegurar a tarefa de desfazer-se dos cadáveres de pessoas assassinadas nas câmaras de gás.

O transporte foi frequentemente levado a cabo em condições horríficas, usando vagões ferroviários de carga, abarrotados e sem quaisquer condições sanitárias.

A organização logística envolvida no transporte ferroviário de milhões de pessoas com registros cuidadosamente catalogados e arquivados foi uma tarefa de um considerável grupo de pessoas pertencentes ao aparelho do Partido Nazista.

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JudeusHolocausto

Elementos preliminares
Política racial-Eugenia-Leis de Nuremberg-Aktion T4-Campos de concentração-Lista dos campos
Judeus na Segunda Guerra Mundial
Judeus na Alemanha Nazista

Pogroms: Kristallnacht-Iaşi-Jedwabne-Lwów-Bucharest

Gueto: Varsóvia-Łódź-Lwów-Cracóvia-Theresienstadt-Kovno

Einsatzgruppen: Babi Yar-Rumbula-Paneriai-Odessa

Solução final: Wannsee-Aktion Reinhard

Campos de extermínio nazistas: Auschwitz-Belzec-Chełmno-Majdanek-Treblinka-Sobibór-Jasenovac -Warsaw

Resistência: Judeus partisans
Levantes nos guetos judaicos (Varsóvia)

Final da Segunda Guerra: Marchas da morte-Berihah-Sh'erit ha-Pletah
Outras vítimas

Generalplan Ost-Poles-Serbs-Ciganos-Homossexuais-Testemunhas de Jeová
Responsáveis

Alemanha Nazista: Hitler-Eichmann-Heydrich-Himmler-SS-Gestapo-SA

Colaboradores

Depois da Guerra: Julgamento de Nuremberg-Desnazificação
Listas
Sobreviventes-Vítimas-Ajuda
Recursos
The Destruction of the European Jews
Fases do Holocausto


O anti-semitismo era comum na Europa dos anos 20 e 30 do século XX (apesar da história do anti-semitismo se estender ao longo de séculos). O anti-semitismo fanático de Adolf Hitler ficou bem patente no seu livro publicado em 1925, Mein Kampf, largamente ignorado quando foi publicado mas que se tornou popular na Alemanha uma vez que Hitler ascendeu ao poder.

A 1 de Abril de 1933, os nazis, recém-eleitos, organizaram, sob a direcção de Julius Streicher, um dia de boicote a todas as lojas e negócios pertencentes a judeus na Alemanha. Esta política ajudou a criar um ambiente de repetidos actos anti-semitas que iriam culminar no Holocausto. As últimas empresas pertencentes a judeus foram fechadas a 6 de Julho de 1939.

Em muitas cidades da Europa, os judeus tinham vivido concentrados em zonas determinadas. Durante os primeiros anos da Segunda Guerra Mundial, os nazis formalizaram as fronteiras dessas áreas e restringiram os movimentos criando novos guetos aos quais os judeus ficavam confinados. Os guetos eram, com efeito, prisões nas quais muitos judeus morreram de fome e de doenças; outros foram executados pelos nazis e seus colaboradores. Campos de concentração para judeus existiram na própria Alemanha. Durante a invasão da União Soviética, mais de três mil unidades especiais de morte (Einsatzgruppen) seguiram a Wehrmacht e conduziram matanças maciças de oficiais comunistas e de população judaica que vivia no território soviético. Comunidades inteiras foram dizimadas, sendo rodeadas, roubadas de suas possessões e roupa, e alvejadas de morte nas bermas de valas comuns.

Em Dezembro de 1941, Hitler tinha finalmente decidido exterminar os judeus da Europa. Em Janeiro de 1942, durante a Conferência de Wannsee, vários líderes Nazis discutiram os detalhes da "Solução final da questão judaica" (Endlösung der Judenfrage).

O Dr. Josef Buhler pressionou Reinhard Heydrich a dar início à Solução Final no Governo Geral. Eles começaram a deportar sistematicamente populações de judeus desde os guetos e de todos os territórios ocupados para os sete campos designados como Vernichtungslager, ou campo de extermínio: Auschwitz-Birkenau, Belzec, Chelmno, Majdanek, Maly Trostenets, Sobibor e Treblinka II.

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Eslavos

Os polacos foram um dos primeiros alvos do extermínio de Hitler, como ficou sublinhado no discurso que fez a comandantes da Wehrmacht antes da invasão da Polónia em 1939.

A elite intelectual e socialmente proeminente ou pessoas poderosas foram os primeiros alvos, apesar de também ter havido assassínios em massa e instâncias de genocídio (donde se destaca Ustaše, na Croácia).

Durante a Operação Barbarossa, a invasão alemã da União Soviética, centenas de milhares (senão mesmo milhões) de prisioneiros de guerra pertencentes ao exército russo foram arbitrariamente executados nos campos pelos exércitos invasores alemães (em particular pelas famosas Waffen SS), ou foram enviados para campos de extermínio simplesmente porque eram de extração eslava. Milhares de vilas de lavradores russos foram aniquiladas pelas tropas alemãs mais ou menos pela mesma razão.

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Ciganos
Ver artigo principal: Porajmos.

A campanha de genocídio de Hitler contra os povos ciganos da Europa era vista por muitos como uma aplicação particularmente bizarra da ciência racial nazi.

Antropólogos alemães foram forçados a enfrentar o facto de os ciganos serem descendentes dos invasores arianos, que regressaram à Europa. Ironicamente, isto torna-os não menos arianos que os próprios alemães, pelo menos na prática, senão em teoria. Este dilema foi solucionado pelo Professor Hans Gunther, um conhecido cientista racial, que escreveu:
"Os ciganos retiveram na verdade alguns elementos da sua origem nórdica, mas eles descendem das classes mais baixas da população dessa região. No decurso da sua migração, eles absorveram o sangue dos povos circundantes, tornando-se assim uma mistura racial oriental, asiática-ocidental com uma adição de ascendência indiana, centro-asiática e europeia."

Como resultado, no entanto, e apesar de medidas discriminatórias, alguns grupos de ciganos de etnia Roma, incluindo as tribos alemãs dos Sinti e Lalleri, foram dispensados da deportação e morte. Os ciganos restantes sofreram muito como os Judeus (em alguns momentos foram ainda mais degradados). Na Europa de Leste, os ciganos foram deportados para os guetos judeus, abatidos pelas SS Einsatzgruppen nas sua vilas, e deportados e gaseados em Auschwitz e Treblinka.

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Outros

Homossexuais foram um outro grupo alvo durante o tempo do Holocausto. No entanto, o partido nazi não fez qualquer tentativa sistemática de exterminar todos os homossexuais; de acordo com a lei nazi, ser homossexual em si não era uma razão de prisão. Alguns membros proeminentes da liderança do partido Nazi eram conhecidos (segundo outros líderes nazis) por serem homossexuais, o que pode explicar o facto de a liderança ter mostrado sinais contraditórios sobre a forma de lidar com o tema. Alguns líderes queriam claramente o extermínio dos homossexuais; outros queriam que os deixassem em paz, enquanto que outros queriam a aplicação de leis que proibissem actos homossexuais, mas de resto permitindo aos homossexuais viver tal como os outros cidadãos.

Estimativas quanto ao número de pessoas mortas pela razão específica de serem homossexuais variam muito. A maioria das estimativas situa-se por volta dos dez mil.

Números mais elevados incluem também aqueles que eram judeus e homossexuais, ou mesmo judeus, homossexuais e comunistas. Para além disso, registros sobre as razões específicas para o internamento são inexistentes em muitas áreas. Ver Homossexuais na Alemanha Nazi para mais informação.

Cerca de duas mil testemunhas de Jeová pereceram em campos de concentração, para onde foram enviados por razões políticas e ideológicas. Eles recusaram o envolvimento na política, não diziam "Heil Hitler", e não serviam no exército alemão.

Fabiano Alves Pereira, Testemunha de Jeová e professor de História em Taiobeiras (MG) comentou: "Quando se fala de vítimas massacradas pelo regime nazista, a primeira coisa que muitos lembram é do extermínio de mais de 6 milhões de judeus (Holocausto). No entanto, existem uma série de pesquisas historiográficas que confirmam o fato de que as Testemunhas de Jeová por não jurarem lealdade ao Estado e muito menos apoiarem Hitler, foram ferozmente perseguidas e enviadas para campos de concentração. Visto serem pacifistas, mesmo hoje, não pegam em armas. Por recusarem prestar serviço militar, elas tem sido alvo de críticas por parte daqueles que as acusam de deslealdade à nação. No entanto, as Testemunhas de Jeová argumentam que a lei de Deus diz: "Não deves matar". Portanto, não empenharem em guerras demonstra sua lealdade a Deus, obediência ao que ele diz e amor ao próximo". Ver Testemunhas de Jeová e o Holocausto.

A 18 de Agosto de 1941, Adolf Hitler ordenou o fim da eutanásia sistemática dos doentes mentais e deficientes, devido a protestos na Alemanha.

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Extensão do Holocausto

O número exacto de pessoas mortas pelo regime nazi continua a ser objecto de pesquisa. Documentos liberados recentemente do segredo no Reino Unido e na União Soviética indicam que o total pode ser algo superior ao que se acreditava. No entanto, as seguintes estimativas são consideradas muito fiáveis.
5.6 – 6.1 milhões de judeus
dos quais 3.0 – 3.5 milhões de judeus polacos
2.5 – 3.5 milhões de polacos não-judeus
3.5 – 6 milhões de outros civis eslavos
2.5 – 4 milhões de prisioneiros de guerra (POW) soviéticos
1 – 1.5 milhões de dissidentes políticos
200 000 – 800 000 roma e sinti
200 000 – 300 000 deficientes
10 000 – 25 000 homossexuais
2 000 Testemunhas de Jeová

Existe alguma polêmica em relação a estes números, principalmente entre grupos anti-semitas, mas não só. A obra de Norman Filkenstein, "A Indústria do Holocausto" defende que este número de mortes em campos de concentração (notadamente na Alemanha) e de extermínio (na Polônia) tem servido para obtenção de vantagens econômicas e também políticas.

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Os triângulos

Artigo principal: Triângulos Invertidos
A segregação: Identificação imposta pelos administradores alemães aos judeus

Face a enorme migração somada as grandes distancias que separavam os campos de concentração das industrias bélicas alemãs, para efeito de identificação fora dos campos "em vez de números" , os administradores tiveram que elaborar uma solução geométrica de identificação que podia ser visualizada rápidamente. Os prisioneiros foram requeridos a usar triângulos coloridos nas suas vestes, cujas cores respondiam por seus endereços em campos "que geralmente atendiam a sua nacionalidade e preferência política etc." , essa solução, tinha por objetivo facilitar as equipes de transportes (por caminhão) identifica-los mais rapidamente no retorno diário "evidentemente após cumprirem suas missões" dos centros industriais aos campos.

Apesar das cores variarem de campo para campo, as cores mais comuns eram:
amarelo: judeus -- dois triângulos sobrepostos, para formar a Estrela de Davi, com a palavra "Jude" (judeu) inscrita; mischlings i.e., aqueles que eram considerados apenas parcialmente judeus, muitas vezes usavam apenas um triângulo amarelo.
vermelho: dissidentes políticos, incluindo comunistas
verde: criminoso comum. Criminosos de ascendência ariana recebiam freqüentemente privilégios especiais nos campos e poder sobre outros prisioneiros.
púrpura (roxo): basicamente aplicava-se às Testemunhas de Jeová, que por objeção de consciência negavam-se a participar dos empenhos militares da Alemanha nazista e a renegar sua fé por assinar uma termo declarando isto.
azul: imigrantes.
castanho: ciganos roma e sinti
negro: lésbicas e "anti-sociais" (alcoólatras e indolentes)
rosa: homossexuais

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Funcionalismo versus Intencionalismo

Um tema frequente nos estudos contemporâneos sobre o Holocausto é a questão de funcionalismo versus intencionalismo. Os intencionalistas acham que o Holocausto foi planeado por Hitler desde o início. Funcionalistas defendem que o Holocausto foi iniciado em 1942 como resultado do falhanço da política nazi de deportação e das iminentes perdas militares na Rússia. Eles dizem que as fantasias de exterminação delineadas por Hitler em Mein Kampf e outra literatura nazi eram mera propaganda e não constituíam planos concretos (curiosamente esta foi também a estratégia da argumentação da defesa dos Nazis perante os julgamentos de Nuremberga).

Outra controvérsia relacionada foi iniciada recentemente pelo historiador Daniel Goldhagen, que argumenta que os alemães em geral sabiam e participaram com convicção no Holocausto, que ele acha que teve as suas raízes num anti-semitismo alemão profundamente enraizado. Goldhagen vê na Igreja cristã uma origem desse anti-semitismo. No seu livro "A Igreja Católica e o Holocausto - uma análise sobre culpa e expiação", Goldhagen reflecte sobre passagens do Novo Testamento claramente anti-semitas. Numa conferência que fez em Munique em 2003, Goldhagen colocou a seguinte questão: se em vez de frases como "pelos seus pecados os judeus têm de ser punidos", ou "os judeus desagradam a Deus e são inimigos de todos os homens" São Paulo tivesse escrito no Novo Testamento semelhantes frases sobre outro grupo qualquer, os negros por exemplo, será que não se poderia dizer que o Novo Testamento é racista ? Outros afirmam que sendo o anti-semitismo inegável na Alemanha, o extermínio foi desconhecido a muitos e teve de ser posto em prática pelo aparelho ditatorial nazi.

Goldhagen explora também o facto de milhões de alemães terem participado nas atrocidades da Guerra, afirmando depois da guerra, se acusados (o que raramente aconteceu), que eles tinham de seguir ordens para evitar represálias.

No entanto, houve alguns casos de alemães que recusaram participar nas matanças maciças e outros crimes e que não foram punidos em forma nenhuma pelos nazis. Alemães casados com judeus que optaram por se manter com o seu companheiro permaneceram não-castigados e suas esposas judias sobreviveram.

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Revisionistas e negadores
Vala comum do campo de concentração de Bergen-Belsen em Maio de 1945


Algumas pessoas que duvidam do Holocausto, são classificadas como Revisionista de Holoausto. Esses pesquisadores afirmam que muito menos de seis milhões de judeus tiveram seus últimos dias nos campos de concentração e que as mortes não foram o resultado da política deliberada dos alemães, já outros grupos , denominados pelos judeus de Negadores de holocausto alegam que o Holocausto definitivamente nunca existiu. Ambas as teses são normalmente acompanhadas de números que entram em choque com os números amplamentes aceitos.

É comum que as duas idéias sejam associadas imediatamente ao racismo, ao nazismo e ao neo-nazismo. Muitos que acreditam na versão histórica afirmam categoricamente que o revisionismo é uma forma de anti-semitismo e equivalente a negação do "Holocausto.

Muitos revisionistas afirmam não serem anti-semitas, e que querem meramente "contar a história como deve ser". Estas pessoas dizem que estão contentes por menos pessoas terem sido mortas do que previamente julgado e que desejam que outras pessoas interpretem os dados revisionistas como boas notícias. Porém, muitas vezes é possível identificar a divulgação de informações anti-semitas nos mesmos meios ou pelas mesmas pessoas que divulgam essas idéias.

Ambas as teorias possuem poucos defensores e são evitadas pelos historiadores dessa área porque o simples fato de "não acreditar na história do Holocausto judeu" constitui crime grave em alguns países, sujeitando-se o pésquisador as penas previstas na legislação de seus paises, portanto, em alguns países, como a França, Alemanha, Áustria, Suíça e Israel, o revisionismo é crime. Em outros, como Canadá , Austrália e Brasil são passíveis de outras sanções.

Nesse ultimo, o Brasil, o revisionismo é associado ao anti-semitismo e este foi considerado uma forma de racismo, crime hediondo, que segundo o parecer jurídico do Supremo Tribunal Federal sujeitando o infrator a pena máxima.

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Teologia do Holocausto

À vista da magnitude do que assistimos dos horrores das guerras, muitas pessoas reexaminaram as visões da teologia clássica sobre a bondade de Deus e acções no mundo. Como é possível as pessoas continuarem a ter fé com e depois do Holocausto? Para as respostas teológicas às questões levantadas pelo Holocausto ver Teologia do Holocausto.

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Ramificações políticas

O Holocausto teve várias ramificações políticas e sociais que se estendem até ao presente. A necessidade de encontrar um território para muitos refugiados judeus levou a uma grande imigração para o Mandato Britânico da Palestina, que na sua maior parte se tornou naquilo que é hoje o moderno Estado de Israel. Esta imigração teve um efeito directo nos Árabes da região, algo que é discutido nos artigos sobre o Conflito Israelo-Árabe, o Conflito Israelo-Palestiniano e nos outros artigos ligados a estes.

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